Palestra de Fernanda Sousa sobre Amada

No dia 25 de junho, aconteceu a palestra “E quando esse amor pode te destruir? Amor, sofrimento e imaginação em Amada, de Toni Morrison, com Fernanda Sousa (USP). O evento faz parte do projeto #Anarqueológicas, foi organizado por Marcelo Ribeiro, que fez a mediação da conversa que sucedeu a palestra, com diversas perguntas e comentários do público que acompanhou a transmissão ao vivo, que pode ser assistida abaixo:

Resumo

A partir da leitura de trechos do romance Amada, da escritora afro-americana Toni Morrison, publicado em 1987, inspirado em uma história real e protagonizado por Sethe, uma ex-escravizada que consegue fugir da escravidão com seus quatro filhos, mas, ao se ver prestes a ser reencontrada pelo seu dono, tenta matá-los, conseguindo assassinar apenas um deles, uma bebê de 2 anos, serão discutidas as relações entre literatura e história, imaginação e arquivo, linguagem e sofrimento, à luz das figurações ambivalentes de um amor redentor e, ao mesmo tempo, destruidor, que marca a obra. Amada é, então, entendido, não apenas como um romance sobre escravidão, mas principalmente sobre as possibilidades e limites do amor em meio a uma violência que, além de fisicamente matar, produz simbolicamente uma segunda morte: a da abstração de vidas em números, contas, estatísticas. Implodindo essa gramática quantitativa dos corpos, em Amada mortos ganham corpo, números ganham nome e a experiência do “terror indizível da escravidão” – expressão de Paul Gilroy (2001) – ganha uma linguagem imprevista e aparentemente impossível: o amor.

Sobre Fernanda

Fernanda Sousa é Bacharela e Licenciada em Letras e doutoranda em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo (USP). É bolsista FAPESP, com o projeto de doutorado “‘Sente o negro drama, vai, tenta ser feliz’: as ambivalências do negro drama nos diários de Lima Barreto e Carolina Maria de Jesus”, no qual desenvolve um trabalho comparativo entre Diário do Hospício e Diário Íntimo, de Lima Barreto, e Quarto de despejo e Casa de Alvenaria, de Carolina Maria de Jesus, em diálogo com a canção “Negro drama”, dos Racionais MCs, investigando relações possíveis entre literatura e música, diário e rap, narrativa e experiência, escravidão e liberdade.


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